


Mais tarde o concerto de “Os meteoritos” (Calhau). Não consegui assistir, nem tive oportunidade de experimentar os headphones (única maneira de aceder à música). Contaram-me que foi um grande concerto. Não me surpreende, eles são realmente muito bons, quer pela música, quer pelo lado visual dos concertos. Já lhes pedi que me oferecessem uma t-shirt, desenhada por eles, a dizer que eles são uma grande referencia para mim. Quero usá-la num concerto!
Durante os “Os meteoritos” eu já estava no espaço dos concertos para começar mais uma divagação dos Flanela de tal. Estávamos os dois na preparação da indumentária metidos lá dentro com as cortinas fechadas com medo de nos intimidarmos com o público. Por um desencontro de informação e pela ansiedade que sentíamos, começamos antes do final do outro concerto anterior (peço novamente desculpa pelo incidente! Sorry Marta!). Mais um concerto e tentarei ser mais profissional e cantar música com mais de 2 minutos. O guitarrista (Mauro Cerqueira) esteve muito bem a “suportar” a vocalista e vice versa. Os vídeos serão disponibilizados em breve online.



Desde o início que eu sabia que a Casa só o ia ser uma Casa a sério com a circulação e a vivência de tanta gente a entupir os corredores, a fazer fila para a casa de banho e a interagir com tudo. E isso sentiu-se muito nos concertos!

A Casa tinha uma parede em cartão falso para dividir a sala de projecção da sala de workshops. A superfície foi pintada de preto para que no Sábado, durante cada actividade, fosse usada como suporte de escrita tal como uma quadro negro das escolas. Ainda na sexta à noite, em frente a essa parede pequenos grupos se juntaram para desenhar. De manhã encontrei tudo desenhado. Foi lindo. Sábado os desenhos estavam espalhados pelo chão.


No Sábado 14 o almoço, “Quem dá o que tem, a mais não é obrigado!”, foi comer torradas com manteiga quentes e sopa aquecida. A Hora Morta (promovida pelo André Sousa) passei-a andar no carro que fiz com uma tábua e uns rolamentos que parece um skate, cá fora no pátio. O carro fazia parte do cenário da Flanela e tinha-o usado na noite anterior. Quando o André ligou era isso mesmo que eu estava fazer naquele tempo pós almoço. Pouco depois deixei-me estar ao sol a organizar a ementa para a noite em conjunto com o Mr Wacky. O ensaio da Kim Ferno não foi possível acontecer como planeado, a Kim estava sem forças para se preparar para outra aventura e não foi desta que se conheceu o género Babymetal.

Passamos para a “A ferro quente” na companhia da rádio Phónix! A tarde foi bastante animada com os dois cozinheiros a prepararem os toppings para a sobremesa, litros de gelados, a Lígia (Paz) a dar a ferro com uma indumentária a rigor (Estado Novo) e a música escaldante do radiofonista. A cada panela quente que saía (compota de limão, de morango e chocolate) convergiam todos para provar. À hora de jantar chegaram muitos amigos que ocuparam a pequena cantina. Igualmente agradável a companhia dos amigos como na noite anterior a de tantos estranhos. A comida estava bastante boa e serviu-se a quantidade certa sem deixar restos (muito importante para a economia da Casa).



Exausta e muito satisfeita com a Casa, senti que devia-me afastar por uns minuto. Sai para a rua e senti que a casa já não era tão minha quanto no início. Chegada a esta conclusão percebi que este tinha sido o reconhecimento do seu êxito. Podia sair dali descansada sabendo que aquela animação se manteria por muito mais tempo. O que eu fiz foi só o arranque.
No pátio estava escrito nas paredes duas frases, uma roubada das ruas do Porto e outra das Mujeres Creando da Bolívia, “não faças do teu pensamento blocos de cimento” e “ a nossa vingança é sermos felizes”. Estas frases vão ser apagadas possivelmente esta noite, mas permaneceram em todos nós por nos lembrarem de coisas importantes!
(continua em breve!)